Portugal começa em Zamora
As ideias em que a direcção da Sociedade Histórica da Independência de Portugal tem trabalhado para comemorar, neste século XXI, com um modelo inovador, os 900 anos de Portugal estão a fazer o seu caminho e prestes a entrar em execução.
Esboçadas em 2020, foram aperfeiçoadas e consolidadas em 2021 e 2022. Já como compromisso público, foram anunciadas, nos Restauradores, nas cerimónias oficiais do 1.º de Dezembro em 2022 e 2023. Em 2023, tinham sido já apresentadas ao Presidente da República, nos dois projectos que definimos: o PORTUGAL 900 ANOS e o FORAIS DA FUNDAÇÃO, MUNICÍPIOS DE PORTUGAL. O Presidente logo concedeu o Alto Patrocínio ao projecto relativo aos forais e, aquando da exposição do 1.º de Dezembro, afirmou, verbalmente, o seu apoio ao projecto principal. De então para cá, entrámos em diligências de preparação da execução, apontando a um grande momento público, em Zamora, em 8 de Junho de 2025.
Quanto ao projecto PORTUGAL 900 ANOS, já estava, nessa altura, composta a Comissão Institucional, presidida pelo Presidente da Direção da Sociedade Histórica da Independência de Portugal (e integrada pelos Presidentes da Academia Portuguesa da História, da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia Nacional de Belas Artes, da Academia de Marinha, da Sociedade de Geografia de Lisboa e da Comissão Portuguesa de História Militar). Já estava também escolhida e designada a Comissão Executiva, presidida por João Paulo Oliveira e Costa (Universidade Nova de Lisboa), tendo como vice-presidentes José Eduardo Franco (Universidade Aberta) e Fátima Nunes (Universidade de Évora), como secretário Paulo Drummond Braga (Universidade Aberta) e como vogais Saul Gomes (Universidade de Coimbra), Hermenegildo Fernandes (Universidade de Lisboa), José Augusto Pizarro (Universidade do Porto), António Lázaro (Universidade do Minho), Catarina Tente (Universidade Nova de Lisboa), Luís Filipe Oliveira (Universidade do Algarve), Marília dos Santos Lopes (Universidade Católica), Susana Goulart Costa (Universidade dos Açores), Luísa Paolinelli (Universidade da Madeira), Fernando Moreira (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro), Maria Manuel Batista (Universidade de Aveiro), Paulo Osório (Universidade da Beira Interior), Madalena da Costa Lima (Universidade Aberta), José Francisco Lynce Zagalo Pavia (Universidade Lusíada), Bruno Cardoso Reis (ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa), Paulo Mendes Pinto (Universidade Lusófona), José Subtil (Universidade Autónoma de Lisboa), Isabel Ponce de Leão (Universidade Fernando Pessoa) e Nuno Saldanha (Universidade Europeia), além de representantes da Academia Portuguesa da História, da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia de Marinha e da Comissão Portuguesa de História Militar. Enfim, já estava também designado o Presidente da Comissão Consultiva, Avelino de Freitas de Meneses.
E, quanto ao projecto FORAIS DA FUNDAÇÃO, MUNICÍPIOS DE PORTUGAL, estavam tomadas as decisões de cometer a coordenação executiva à Câmara Municipal de Viseu (em virtude do magnífico trabalho que fez na comemoração dos 900 anos do seu foral de Maio de 1123) e a coordenação académica de todo o projecto à Universidade de Coimbra.
A crise política aberta em Novembro de 2023, na altura em que tínhamos acabado de apresentar ao Presidente da República o projecto completo, forçou-nos a ter de esperar pela posse e início de funções do novo governo, presidido por Luís Montenegro. Em Maio e Junho, reunimos com o ministro da Defesa Nacional, a secretária de Estado da Cultura, o Ministro da Presidência e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros. Outras reuniões estão já solicitadas.
Ao mesmo tempo, avançámos para o terreno, consolidando aquilo que, em conjunto com a Grã Ordem Afonsina, instituição vimaranense, havíamos iniciado em 2023, em Zamora. Como é sabido, o infante Afonso Henriques, com 15 anos de idade, armou-se a si próprio cavaleiro, na catedral de Zamora, no Domingo de Pentecostes de 1125, o que constituiu a primeira manifestação da sua vontade real, logo no início da sua vida pública. Três anos depois, estava a resgatar das mãos de sua mãe, D. Teresa, o governo do Condado Portucalense pela batalha de S. Mamede, o primeiro dos quatro marcos da Fundação do Reino de Portugal. Por isso, havíamos marcado para 28 de Maio de 2023, Domingo de Pentecostes, a nossa primeira missão em Zamora. Mas a marcação de eleições em Espanha para este dia obrigou a antecipar para 29 e 30 de Abril a jornada que tinha como objecto principal implantar uma estátua de Afonso Henriques, em Zamora, nos jardins da sede da Fundación Rey Afonso Henriques. Esta parte do programa foi cumprida no sábado, 29 de Abril. Domingo, 30 de Abril, junto à catedral, recriou-se a cerimónia em que o nosso futuro rei se armou cavaleiro e prestaram-se-lhe homenagens no final da missa dominical.
Neste ano, 2024, voltámos a Zamora, mais informados e determinados, para o Domingo de Pentecostes, em 19 de Maio. Houve de novo a recriação da cerimónia medieval de auto-investidura de Afonso Henriques como cavaleiro, mas, agora, num auto exclusivo e melhor preparado do que há um ano. O bispo, Fernando Valera Sánchez, presidiu à missa e às homenagens finais e saudou a iniciativa portuguesa, apontando a 2025. Na véspera, já tínhamos começado a acertar com o Ayuntamiento de Zamora, através do Concejal Christoph Strieder, e a Fundação Rei Afonso Henriques a comemoração dos 900 anos, no Domingo de Pentecostes de 2025, que calha a 8 de Junho. Foi-nos pedida a realização de um Congresso, dirigido sobretudo a historiadores, proposta que logo arrematámos e começámos a preparar.
O último acto destes preparativos decorreu, em Guimarães, no fim-de-semana de 22 e 23 de Junho, véspera do aniversário da Batalha de S. Mamede, que é feriado municipal. Aí, junto com a Grã Ordem Afonsina, recebemos uma delegação de cerca de 50 zamoranos, encabeçada pelo vereador Strieder e pela responsável do CIT, Clarissa Rodriguez. A delegação esteve nos diversos actos culturais e celebrativos. No domingo, a visita encerrou com a recepção oficial no Salão Nobre dos Paços do Concelho, presidida pela Vice-presidente da Câmara Municipal, Adelina Paulo Pinto, que, em resposta ao autarca de Zamora, manifestou o entusiasmo pela geminação entre as duas cidades e deixou a ideia de que esta possa ser celebrada em Zamora, no 8 de Junho de 2025.
Entretanto, a 13 de Junho passado, estreámos uma coluna semanal no OBSERVADOR no quadro do projecto PORTUGAL 900 ANOS. Está previsto um artigo por semana, às quintas-feiras, tendo sido estes os três primeiros: “Portugal 900 anos”, de mim próprio; “O povo sai à rua”, de João Paulo Oliveira e Costa; e “São Teotónio, o primeiro Santo português”, de José Eduardo Franco. E temos também em discussão quanto ao respectivo modelo, colaborações com o “Diário de Notícias” e com a secção “Portugal Amanhã” do semanário “Sol” – de que já saíram participações avulsas.
As peças vão-se juntando para um grande arranque público, em Zamora, das comemorações em que temos trabalhado. Não é ainda o começo da fundação. Mas é já o seu forte e irreversível anúncio.
José Ribeiro e Castro
Presidente da Direcção
Sociedade Histórica da Independência de Portugal